quarta-feira, 14 de abril de 2010

Lembra-te de mim *


Falta-me a voz, tal como me falta as palavras certas ou erradas. Em lugares que nunca ninguém vai descobrir os nossos sentimentos vão ficar guardados, as nossas palavras proferidas apenas farão parte das nossas recordações de uma brincadeira de miúdos, de história, de um conto, de uma fantasia, de uma paixão. Enquanto caminhava na tua direcção em bicos dos pés, mas tu tão atento e tão à espera, sorriste e abriste-me os braços, onde me aconchegaste num lar tão meu conhecido. Eu tava em casa, eu sentia-me em casa. E rimos, rimos, brincamos, falamos, sonhamos, fantasiamos, até o sol nascer e quando nos apercebemos disso, deixarmos-nos cair de cansaço... mas no final daquela noite, eu não tinha conseguido dizer-te o que devia, e o que devia deixou de ser assim tão importante, comparado com o que haviamos construido ao longo deste tempo.
Mas não, eu tinha-te desejado desde a primeira vez. Eu tinha gostado de ti desde a primeira vez que te vi, mas tinha chegado a altura de te dizer que não esperava mais por ti. Esta era a minha resolução, eu ia virar a nossa página e começar uma nova e não olhar para trás como tantas vezes o fiz. Eu tava-te a "libertar" de uma vez por todas, para o bem e para o mal, e tu precisavas de saber disso. Mas como dizer-to? Como dizer Adeus à pessoa que ainda nos corrói o coração? Que vamos tentar ser felizes com outro alguém? Que ele é o nosso principe encantado, mas apenas SEMPRE num mau Timing. E como dizer isto tudo sem verter uma lágrima?
Mas aconteceu.
Dias depois, o Mundo parou por minutos naquele quarto, a minha respiração não existiu enquanto eu tava deitava sobre o teu peito e eu mal sentia a tua. Toda eu tremia como se fosse o maior disparate que tava prestes a fazer, mas eu estava ciente que estava a tomar a atitude certa. E foi quando fui sincera contigo e disse-te que não podia esperar mais por ti, nem por nós, nem por um futuro... e tu, olhas-te para mim e perguntaste "porque?" com aquele ar tão teu, como soubesses que se o fizesses eu não iria resistir.
Mas Porque? PORQUE? como é que és capaz de perguntar isso depois de tudo... mas eu expliquei-te... tava na altura de eu ser feliz, de ir em busca da minha felicidade, do Amor, da segurança, da tranquilidade, das mãos dadas sem medos, das palavras aos ouvidos sem receios, dos fins-de-semana na cama, dos pequenos grandes promenores. Eu não podia esperar mais por ti, por nós. Foi como um balde de água fria, eu sei. Mas ele mereceu esta oportunidade, e eu decidi que lhe vou dar com todo o meu coração, mas para isso preciso de te deixar para trás. Não tu, amigo porque isso nunca porque és essencial na minha vida. Mas tu, principe do nosso conto de fadas.
Nunca vou esquecer o que me disseste, também nunca o vou dizer a ninguém. É nosso. E gabo-te a força de depois ainda teres força para me tentares animar, enquanto as lágrimas caíam pelas nossas caras, com as tuas danças e parvoices. Ou por partilhares comigo, aqueles momentos tão teus (e que eu sei que não mostras a ninguém!).

Tenho a certeza que não foi só o fim de algo, mas também o começo de algo ainda mais bonito, mais forte. Uma promessa é para sempre.
Adoro-te *

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