São 01:51 da manhã, e dei por mim a passar a ferro. Cheguei a casa, tentei voltar ao relatório de estágio, mas já nada me saía. Comecei a fazer coisas cá em casa, e que amanhã poupo tempo. Arrumar a roupa para levar de viagem, passar as t-shirts favoritas de skate dele, pôr roupa a lavar.
Mas hoje já está tudo estragado. Agora só me lembro deste post do Arrumadinho, e do quanto tudo isso me faz sentido. E já fazia, e a carapuça serviu perfeitamente, hoje então. Estou cansada. Ando-me aqui a esfalfar em algo que não gosto para quê mesmo? Agradar aos outros? Eu já percebi que não quero Psicologia. Já percebi isso para aí à dois anos, mas ninguém me ouve. Teimam em fazer-me andar neste "sacrifício". "Vais perder os anos que andas-te a estudar.", "E só te falta isto, e aquilo", "E andaste a estudar para agora fazer o quê? Ir para caixa de Supermercado?" E eu cá ando... o resultado têm sido tão bom. (Irónia!)
Nunca viajei pelo Mundo, enquanto outros fazem um choradinho e têm tudo o que querem. Eu cedo. Eu SEMPRE cedi, e toda a gente sabe disso. Sabe que eu, se todos querem ir para a esquerda, mesmo que eu queira muito ir para a direita, eu vou para a esquerda. (Vá, estou melhor em alguns aspectos depois de muita psicoterapia!)
Se cheguei a este ponto, muito foi por minha causa... fiquei a espera que as pessoas mudassem por mim, fiquei à sombra da bananeira enquanto via a vida passar-me ao lado. Enquanto via as coisas a passarem-me mesmo a frente.
Não quero ser aquela que diz que sim SEMPRE, e que se não diz fica-se a sentir a pior pessoa do Mundo.
Não quero chegar aos 30 e olhar para trás e sentir um vazio maior do que o que eu já sinto neste momento.
Eu quero aproveitar a vida. Eu não sei o dia de amanhã, eu quero ser feliz. Eu quero sair da minha zona de conforto.
Eu amo, eu sou amada... merda, para os outros.
Mas no final de tudo... a culpa é minha, pela minha total inércia.