quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu tinha-te avisado que podia ser perigoso. Enquanto continuavamos com dificuldade em respirar perto um do outro, enquanto eu sentia que continuavas ali. O tempo desta vez não tinha parado, e nem por isso deixei de sentir a tua pele junto da minha. A tua presença continuava a envenenar os meus dias... enquanto tu avanças noutra direcção, deixas-me no meu canto com os estragos provocados pela tua presença, sem qualquer tipo de resposta. E agora amor, como faço para voltar a sentir o que senti, a confiar como confiei, tu tiraste-me essa capacidade... a capacidade de ser feliz em pleno. O quarto continua vazio, o chão regelado. Com o Outono a chegar, e as emoções à flor da pele, a tua presença era inevitavel. Estamos a chegar à altura, de reviver tudo, de sentir tudo de novo, de me relembrar o porque da vida ter tomado o rumo que tomou. A medida que a chuva começava a cair, cada gota que caia por cima de mim, era como se me transportasse para uma nova realidade, uma realidade criada sob pressão, de modo a conseguir resistir-te.
Eu disse-te que não me podias magoar, porque teimas em continuar a faze-lo? Porque nao largas as minhas fantasias... Eu avisei-te, que eu iria conseguir um dia. Pode ainda não ter chegado a hora, posso ainda não ter a chave, posso ainda não ter certezas, mas pelo menos ainda tenho esperança... Esperança de um dia, num dia de inverno me consigas embrulhar nas lembranças que nos marcaram e eu não te sinta mais.

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