segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Não tinhas o direito de me fazer isto. Não tinhas o direito de invadir o meu espaço assim. Já não fazes parte de mim, já não fazes parte da minha vida. E enquanto te via partir nos meus sonhos, o tempo passava por mim, parada naquela bolha transparente que não me deixava esconder do mundo.
Todos os momentos em que entras de rajada no meu pequeno filme de vida, no qual eu tento a força toda, que não faças parte... onde eu a força toda tento, que não sejas a minha realidade e apenas um sonho, que se repete vezes e vezes sem conta na minha cabeça.
Deixa-te ficar onde estás. Deixa-me ficar onde estou.
Este é o meu mundo... é aqui onde eu pertenço, e tu... eu não te quero aqui.
Não te quero a entrar de roupante pela janela do meu quarto naquelas noites regeladas que começam a cair, não te quero a entrar pelos meus ouvidos, onde pairam aquelas palavras mágicas que fazem a chama reviver, o que cedo fez acontecer. Não quero ver, onde os meus olhos te possam encontrar, pois eles não suportavam ver-te partir de novo.
As palavras faltam-me quando o assunto és tu.
Há sentimentos que nem as palavras conseguem transmitir. Os meus olhos enxarcados de lágrimas, que sentem a tua falta. E quando te posso alcançar, o meu corpo foge para longe, longe, longeeeee... num grito no escuro. As coisas continuam guardadas longe dos olhos, e quanto mais eu conseguir manter-te longe, mais tranquila eu estarei.
E quando o reencontro se der, indiferente eu estarei.
Não tinhas o direito de voltar, só tinhas o direito de ser feliz... e eu, por ti feliz serei.

Dia 27 @ Choradeira Parte I

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