domingo, 17 de janeiro de 2010
'Sempre a tinham ensinaram a não desistir, a não baixar os braços nos momentos mais dificeis, quanto nos mais fáceis (se é que existem alguns...)
Mas a encruzilhada tinha chegado, ela tinha um pé em cada Mundo. Como é que ela iria desistir do seu sonho? Que sentimentos iria ela experimentar ao respirar fundo e deixar tudo pendente? Como é que ela, que pensa sempre em tudo, seria capaz de abandonar tudo e todos para correr atrás de uma felicidade que nem ela sabe bem qual é.
Os seus pensamentos mudam de minuto a minuto, e os seus sentimentos percorrem o seu corpo a uma velocidade que nem ela consegue bem compreender.'
Como gostaria de perceber como cheguei até aqui. Como é que uma rapariga no seu último ano do seu percurso académico, chega a esta encruzilhada, como é que uma cabeça surge cheia de dúvidas e porquês. Nos caminhos da vida, alguém me consegue explicar o porquê de só ter posto em causa nos dias de hoje, tudo o que ando a fazer nestes últimos anos? Sim, porque não me venhas dizer que é por sentir a tua falta que me perdi, ou porque vim morar para um sitio que ainda não consigo chamar "casa", ou porque não vejo ninguém feliz a minha volta, porque se fosse por isso... já tinha chegado a este desenlaçe a mais tempo.
Mas no meio dos meus porquês, das minhas angústias e inseguranças, só sei que nada sei. Estou perdida, apetece-me desistir. Apetece-me dizer tudo o que penso, sobre aquele sonho que se desmurronou que é o meu estágio. Apetece-me dizer-lhes que não tem o direito de desiludir assim as pessoas, os sonhos de infância, que não podem dar esta imagem do futuro a quem está a dar os primeiros passos agora. Quero dizer, que desisto, mas só por elas. Porque elas desfizeram em mil pedaços o meu sonho, e eu não consigo nem posso lutar contra isso (nem tenho forças!). Mostrar-lhes que pode ter sido o meu sonho durante anos, mas eu vou ser feliz noutro sitio com outras pessoas, e que não é o fim do Mundo. Como é que conseguiram destruir a única certeza da minha vida, a única coisa que me fazia sair da cama e desejar viver, viver e viver. E agora, como se constrói tudo? Como se ganha vontade de experimentar outras coisas, viver outras aventuras. É por isto, é por isto que preciso de fugir... preciso de me encontrar. Desistir de tudo para voltar a construir algo, porque não me venham cá com tretas do tipo "Se ficares e lutares, vais ser mais feliz porque ultrapassaste as coisas e não viraste as costas", e TODOS os dias que vou ter de acordar sem querer acordar para ir para um sitio que não quero ir? ver quem não quero ver? Sentir injustiças, e passarem atestados de incompetência a toda a hora? Quem me dá forças para viver mais 5meses assim? Ansiosa, triste, aborrecida, a contar as horas para sair dalí? e depois dizem "Mas são só mais 5meses da tua vida, não é a vida inteira.". É verdade meus amigos, mas não foi isso que andei a fazer a minha vida toda? Porque hei-de arrastar a minha "infelicidade" e agonia mesmo por mais 5meses? Enfim... Ninguém tem culpa. Só eu, unicamente eu.
Agora resta saber se vou ter força para dizer ao Mundo que desisti, ou vou mais uma vez apenas resignar-me ao meu estado, esconder-me no meio do meu edredon e das minhas almofadas, e esperar que tudo mude por magia.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário