sábado, 27 de fevereiro de 2010



Hoje senti-te tão perto de mim, como nunca tinha sentido. Tavas ali junto de mim, disposto a ficar, e foi quando o meu coração quis dar meia volta e fugir. Quis fugir de ti, do que estava a sentir, do que querias, do que me esperava. Tive medo. Deixei-te ali, e vi a distância entre nós aumentar como se não houvesse maneira de voltar atrás. E enquanto as minhas pernas afastavam-se de ti, as lágrimas caiam pelo meu rosto, ao ver-te ali sem reacção. Tudo o que tinhamos planeado em segredo, tudo o que tinhamos sonhado, afinal na hora da verdade quem estava a fugir era eu.
Desculpa-me. Nunca me vou perdoar. Eu quero-te tanto, mas não te sei ter, de outra forma. Preciso de me encontrar primeiro, preciso de descobrir quem sou, de que materiais sou feita, que armas tennho à minha disposição para lutar neste mundo. Estou demasiada fragilizada. Nunca te poderia dar o melhor de mim, e tu mereces o melhor, tu sabes que sim.
Preciso de dançar descalça ao som da lua cheia. Preciso de partir sem destino. Preciso de estar sozinha, e fechar os olhos e apenas sorrir.
Uma mudança radical, desta rotina nem que seja por instantes. Afastar estes fantasmas que teimam em pairar junto de mim, e que me tiram as forças.

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