E enquanto os nossos mundos passavam lado a lado, sem sequer se ouvirem. Era um silêncio enorme, onde as palavras eram pronunciadas. A tua presença iluminava o dia, as pedras da calçada estavam caladas, num silêncio tão profundo, pois não tinham direito a falar. Chega-te a mim, aproxima-te de mim, diz-me ao ouvido o que me disseste nos meus sonhos, nas minhas ilusões... Deixa as pedras que construiram o muro à volta do meu coração ganharem forma. Conseguiste criar um espaço, que é só nosso, onde consigo dizer-te tudo o que sinto, onde tu giras e rodopias na transparência da minha ilusão.
E quando te encontras sozinho no meio do teu mundo, eu bato-te a porta com esperança de olhares para mim, e sentires que é comigo que queres ficar, que é comigo que pensas viver. Mas o silêncio cresce, e a ilusão aumenta, e o silêncio torna-se inalcansável.
Não consigo pensar, não consigo sentir,
Não consigo ponderar, nem acreditar.
Apenas consigo prolongar o fim...
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