terça-feira, 30 de junho de 2009

trigésima carta

Uma vez disse-te "... não podemos desmoralizar pelos obstáculos que nos aparecem... A priori sabemos que quando decidimos fazer algo, há qualquer coisa que acontece para nos demover... Mas temos de seguir, e ultrapassar todos esses momentos que nos fazem duvidar de tudo" e acho que pela primeira vez na vida sabia realmente aquilo que estava a dizer, e nao podia ser uma verdade mais verdadeira.
Enquanto me deixo cair para tras e fecho os olhos, as recordações invadem-me o pensamento. Consigo por momento transportar-me para todos os sitios que me trazem algum tipo de felicidade. Hoje fui parar a um corredor, muito conhecido meu... durante alguns segundos, tive ali a situar-me e, é então que uma porta abre-se e vejo-te a correr, como te vi tantas vezes com aquela pressa de quem ia salvar alguém ou apagar mais um fogo. Mas desta vez, consegui parar a tempo de não me envolver nestas lembranças que teimam em não sair de mim.
Hoje lembrei-me da última coisa que ouvi de ti, à qual eu nem respondi. Hoje disseram-me que se sentiam orgulhosos de mim, por ter pulado fora, e eu só soube perguntar o porque de eu não sentir esse orgulho. Mas no fundo acho que o sinto, até porque não tive qualquer tipo de resposta tua. Por isso acho que é mais que obvio que eu fiz a coisa certa, pois eu não podia sustentar algo pelos dois.
As vezes acho que isto não passa de mais um capricho meu, por ter tido sempre tudo aquilo que quis, e agora agarrei-me a unica coisa que me escapou por entre suspiros e lágrimas. Mas capricho ou não, estas aqui. Continuas aqui, continuas presente em todos os promenores dos meus dias, por mais pequenos que sejam. O teu sorriso continua a ser o meu melhor momento do dia, e os momentos em que invades os meus sonhos são aquelas que realmente me fazem levantar no dia a seguir, ou melhor voltar a querer adormecer e não sair da cama. Mas são ilusões, pequenas ilusões que foram e vão se tornando cada vez mais invisiveis aos teus olhos. Pequenas lembranças e memórias que ficaram gravadas em mim e só em mim. É aquele sentimento de esticar a mão, sem conseguir alcançar. O dia já vai longe, e cada vez mais longe. Todos os dias ficas um pouco mais longe, todos os dias sei menos de ti, todos os dias faço menos parte da tua vida, todos os dias são menos dias sem ti... mas não é o fim do mundo. Porque estou a construir os meus dias, só meus. Porque acho que estou apenas presa a algo, que já não quero. Porque quando te vejo, já não te sinto... é passado, tu és passado.
Gostei de ti. Gosto de ti. Mas não vou gostar mais... Porque há momentos certos, mas não eternos. E Parece que depois deste tempo todo, consegui finalmente libertar-me de ti. Porque tu continuas-te sem nenhum tipo de problemas, e nem uma pequena lembrança remota de nos te invade o pensamento... e porque se tu o conseguiste, eu também o consigo. Simplesmente não da mesma forma que tu, nao com o mesmo sentimento de indiferença, nao sem levar comigo um bocadinho da tua indiferença. Mas isso vai me fazer crescer enquanto ser humano, e sempre que sentir a tentaçao de virar as costas a alguem e aos seus sentimentos, vou me lembrar da ferida que fizeste em mim.
Mas... ta tudo beimmmmmmm :)
Foste um momento perfeito, mas não eterno.
Mas não te esqueças, que eu estou em vias de extinção...

esta é a ultima carta, a trigésima e o fim de um ciclo.
dia 30.

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