sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


Hoje ela sentiu que afinal as coisas não são como ela sempre sonhou e imaginou... Hoje ela conseguiu sentir-se a pessoa mais sozinha, mesmo rodeada de gente. Aquele vazio impensável, numa situação ainda mais remota... com as últimas pessoas com quem ela imaginária. Afinal, não havia lugares seguros fora do seu Mundo. Afinal, ela não importava assim tanto. E o cansaço veio ao de cima, o cansaço de tudo e de todos... de dar e dar, e no final passar despercebido a todos, como se já fosse tão natural as coisas serem assim, que ninguém se lembra que está ali diante deles, apenas mais uma pessoa, com as suas vulnerabilidades, tristezas e inseguranças... e que precisava tanto de tudo como todos os outros. E os gritos secos no peito dela, pela invisibilidade que existe no Mundo exterior a ela. E enquanto as lágrimas teimavam em cair, enquanto o carro a embalava... a realidade persistia em existir. E como ela queria que as coisas fossem diferentes. Como ela gostava... de não ter sofrido o que já sofreu, ou que as pessoas pegassem no seu dia-a-dia e parassem de magoar as pessoas, só porque sim. SÓ PORQUE SIM. Porque é verdade, que são as pessoas que nos estão mais perto... que no fundo, nos magoam mais.
Estavam todos demasiado confortáveis, demasiado comodos nas suas vidas... porque haveria de ser diferente? Ela é que se metia a jeito, agora nem tinha direito a falar, a gritar, a experniar por um pouco mais... uma alegria, um sonho, uma surpresa... afinal de contas não era só isso que ela queria?

Para o Ano à mais... espera, temos sempre amanhã.

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